Ah, o primeiro dia que vi Clarice!
Lembro-me de cada sensação
Repeti diversas vezes o caminho que fiz naquela tarde.
Uma estrada, o por do sol e o topo de uma montanha
foi assim a primeira vez que vi seus olhos negros e seu sorriso amarelo.
As pessoas nas ruas, o silêncio nas calçadas.
Luzes em lâmpadas que iluminavam seu rosto como refletores.
Sorriso tímido, olhos molhados, morenos.
Assim beijei Clarice.
Os campos cobertos de gramíneas, o corpo coberto de desejos e cobertores
Cabelos, risos e bocas, molhados.
Enfim, nos amamos.
Música, dores, risos, amores
Clarice e eu, éramos somente Eu e Clarice.
Abandonamo-nos.
Hoje, sempre que sonho
vejo os olhos negros de Clarice.
(Maralice Boato)
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