Os risos largos
parecem cortar a pele roxa.
A camisa cereja
esconde beijos.
Por que de amores vivo?
Desejo sorrisos suaves,
pouco sinceros.
O que busco
sufoca-me diariamente.
Sou tomada pela inutilidade
que ocupa todo ser que não consegue ser feliz.
Vivo de lamúrias.
Disfarço e desfaço-me.
Sou pó, poeira do deserto.
As sementes que não germinam no asfalto.
A ferida que come a pele do leproso.
Corpo destruído por vermes.
O grito de dor ao ter os ossos quebrados.
Quero furar-te os olhos.
Jogar-te no poço
E perder-me no mundo
depois de afogar.